quinta-feira, 3 de junho de 2010

Palavras, palavras e mais palavras!

ACOMODADO
CONSTRUÍDOS
EXPERIÊNCIA
MARKETING
ACUMULADO
CONTEMPLARIA
EXPRESSIVIDADE
MASSA
ADMINISTRATIVA
CONTINUAR
EXPRESSÕES
MATÉRIA
AGENTES
CONTIVESSE
EXTREMAMENTE
MECÂNICO
AGIR
CONTRÁRIO
EXTREMOS
MICROORGANISMOS
AGRICULTURA
CORPO
FAMÍLIA
MISERÁVEL
ALCANÇAR
CORPORAL
FELIZ
MODIFICAÇÃO
ALGARISMO
CORRERIA
FIELMENTE
MODIFICAÇÕES
ALGUÉM
CORRETAMENTE
FINALIDADE
MODIFICAR
ALTERAÇÕES
CREDIBILIDADE
FINALIZAÇÃO
MOLÉCULAS
ÂNSIA
CRENÇAS
FINANCEIRA
MÓRBIDA
ANULAR
DECENDENTES
FLORESCENTES
MOVIMENTO
APONTADOR
DECISIVO
FLORICULTURAS
MUITÍSSIMO
APRENDENDO
DECISÕES
FOLCLORE
NECESSÁRIO
ARBORETO
DECOMPOSIÇÃO
FORÇA
NECESSIDADE
ARGUMENTATIVO
DEMOCRACIA
FORMADO
NEGÓCIO
ARMAZENADAS
DENOMINADAS
FRUSTRADO
NENHUMA
ARQUIVADAS
DEPENDEM
FRUSTRAR
NUTRICIONAL
ARREMESSADA
DESCALÇO
FURIOSO
OBESIDADE
ARREMESSO
DESIGUAL
FURTIVAMENTE
OBJETIVAMENTE
ASPAS
DESPERDÍCIO
FUSCA
OBJETOS
ASSOCIAÇÕES
DIFICULDADE
GÊNERO
OBRIGATORIEDADE
ÁTOMOS
DIMINUIÇÃO
GERENCIADO
OBSERVADO
ATRITO
DIREÇÃO
GORDURA
OBSERVAMOS
AUSÊNCIA
DISCERNIMENTO
GUARDA-CHUVA
OBSERVANDO
ÁVARO
DISCUSSÕES
HIGIÊNICO
OBSERVAR
AVIÃO
DISPOSIÇÃO
HONESTAMENTE
OCIEDADE
BASQUETE
DISSERTAÇÃO
HÓSPEDES
ÓCIO
BENEFÍCIOS
DISTÂNCIA
HÓSTIA
ORGÂNICOS
CALCULE
DIZEMOS
IDEAL
PÁGINA
CANÁRIOS
DÓLAR
IMAGINÁRIO
PARAQUEDAS
CARACTERÍSTICA
DOMICILIAR
IMÓVEL
PARTÍCULA
CÉLULAS
EDITORIAL
IMPERFEIÇÕES
PEDAGÓGICA
CHORUME
ELABORADA
IMPESSOALIDADE
PENEIRAMENTO
CIÊNCIAS
ELETRICIDADE
INCLUSIVE
PERCENTUAL
CIENTÍFICO
EMBALAGEM
INDEPENDÊNCIA
PERCEPÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
EMPREENDEDOR
INDEPENDENTEMENTE
PERMANECER
COBRE
ENERGIA
INDISCUTÍVEIS
PERSEVERANÇA
COLHEITADEIRA
ENGRADADOS
INÉRCIA
PÉSSIMA
COMPOSTADO
ENTARDECER
INSTANTES
PESSOALIDADE
COMPOSTAGEM
ENTARDECERES
INSTITUIÇÃO
PORÇÃO
COMUNIDADE
EPISÓDIO
INUTILIDADE
PORCENTAGEM
COMUNITÁRIO
ÉPOCA
JOGADOR
POSSIBILIDADE
COMUTATIVA
ESPAÇO
LÁPIS
POSSIBILITAR
CONCLUSÃO
ESPÉCIE
LENTILHA
POSSÍVEL
CONCLUSÕES
ESPESSURA
LIGEIRAMENTE
POSSUEM
CONCRETO
ESTRATÉGIA
LIMITADAS
PRÁTICA
CONFIÁVEL
EVOLUÇÃO
LIXEIRA
PRATICAMENTE
CONFUSÃO
EXAMINAR
LOCALIZAÇÃO
PRECONCEITO
CONSEGUIR
EXCESIVAMETNE
LÓGICA
PREENCHIDO
CONSERVA
EXCETO
LUCIDEZ
PRIMEIRÍSSIMA
CONSIDERADO
EXEMPLO
LÚCIDO
PRINCIPAL
CONSTITUI
EXERCIDO
MADEIRA
PROBLEMAS
CONSTITUIÇÃO
EXCERTO
MAIORIA
CONSTITUÍDAS
EXISTEM
MAMÍFERO
PROCEDIMENTOS
VARIAR
PROCESSO
VÁRIAS
PRODUTIVAMENTE
VAZADO
PRODUTIVIDADE
VELOCIDADE
PROFISSÃO
VÊM
PROLIFERAÇÃO
VESTUÁRIO
PRONOMES
VOLTASSE
PROPORCIONAR
PROPÓSITO
PROPRIEDADE
PRÓPRIO
QUANDO
QUEIXA
RECEBER
RECICLAGEM
RECICLANDO
REFLETIR
REFLEXO
REFRESCAR
REFRESCO
RELIGIÃO
REPOUSO
RESISTÊNCIA
RESULTADO
SÁBIA
SALÁRIO
SANITÁRIOS
SAUDÁVEL
SENSAÇÕES
SIGNIFICAR
SIGNIFICATIVA
SILÊNCIO
SIMPLESMENTE
SÍTIO
SOCIEDADE
SOLITÁRIO
SUBJETIVO
SUBSTÂNCIA
SUCEDIDO
SUPERVISORA
SUSSURRAVA
TAMBÉM
TENDÊNCIA
TENDER
TERMÔMETRO
TEXTUAL
TEXTURA
TIVESSE
TORTURA
TRADICIONALMENTE
TRANSMITI-LA
TRATARIA
TURBULENTO
UTILIZAÇÃO
UTILIZADO

terça-feira, 25 de maio de 2010

Tma da Copa

GRIFFIN - Freedom Give Me Freedom .mp3
Found at bee mp3 search engine

quinta-feira, 20 de maio de 2010

LIÇÃO DE VIDA

Lição de Vida
Autor desconhecido

A história de minha vida começa assim:
Dos 13 aos 40 anos, trabalhei para manter a família que meus pais colocaram no mundo. Pois, apesar de pobres, quase miseráveis, tiveram 14 filhos, sendo que um nasceu e logo morreu (quero dizer, morreu ao nascer.)
Havia entre esses 14 filhos um que era a esperança de nossa vida. Esse irmão tinha um futuro promissor, pois, além de estudar arquitetura, trabalhava com meu pai que era carpinteiro na construção civil. Entretanto o destino nos prega peças que não gostaríamos de nem imaginar. Meu querido e dedicado irmão morreu afogado na Lagoa da Petrobrás aos 26 anos de idade. Esse fato foi o começo do fim.
Esse jovem representava nossa segunda esperança entre os cinco homens. Não devemos deixar de mencionar aqui que haviam outros três filhos, mas estes não serviam para absolutamente nada. A morte desse jovem, em pleno início de vida, foi uma tristeza geral.
Meu pai, homem que, às vezes, pensava no futuro dos filhos (homens) colocou todos eles no Senai. Todos conseguiram, com muito esforço e dedicação, formar em alguma profissão. Mas, até hoje não compreendo por que razão, apenas o mais velho seguiu a profissão de Torneiro mecânico.
A vida mais uma vez veio nos trazer uma decepção. Meu irmão, Torneiro mecânico, casou-se aos 22 anos de idade e foi-se embora levando, mais uma vez, com sua partida, nossa esperança de uma vida melhor. Assim, voltamos à estaca zero.
Meu pai não acreditava na educação das filhas, pois para ele o papel das mulheres era choferar1 fogão. Pensando dessa forma, ele não deixou as meninas estudarem quando eram novas. Não sei porque, mas, o coitado, não teve sorte. Tudo dava errado na vida dele.
Agradeço a Deus por ele nunca ter tido vícios. Era um homem, íntegro, apesar de todo seu modo arcaico de pensar. O fato concreto é que ele não tinha sorte mesmo. Trabalhava duro, foi carpinteiro, ajudou a construir Brasília trabalhando pelas bandas de lá durante 6 anos.
Esse tempo de sua ausência foram seis anos de sofrimento e dor para a família que tentava manter-se de pé com dignidade. Sobreviver enquanto ele estava fora era muito difícil, pois ele raramente nos visitava ou mandava algum dinheiro pelo reembolso.
Choferar: Servir de motorista ou chofer.
Mas um dia Brasília ficou pronta e ele teve que voltar para casa após seis longos anos. Esse espaço de tempo, para nós, parecia sessenta anos. Ele voltou, mas, acreditem vocês ou não, mais pobre do que foi. E, se não bastasse tamanho descontrole financeiro, ainda ficou surdo por causa de uma pane no avião ao pousar no aeroporto de Belo Horizonte.
Meu pai nos deixou aos 96 anos e 5 meses mais pobre do que Jó. Na época de sua morte, ele pagava um aluguel caríssimo, pois não construiu moradia própria. Lembramos aqui o ditado: "Casa de ferreiro, espeto de pau." Foi carpinteiro a vida toda, mas não construi sua própria casa.
Todos os filhos o abandonaram, exceto dois. Não tinha nada na vida a não ser o dia e a noite. Pobre velho!
Voltemos agora ao que interessa: minha história, minha vida. Aos 40 anos meu pai, com ciúmes de mim , e, temendo que eu também abandonasse a família, falou-me assim: "Minha filha, venha cá. Se você não puder ficar sem o seu namorado, junte suas coisas e vá viver com ele." Meu pai não queria perder-me porque eu era como um verdadeiro burro de carga, suportando a família em todas suas horas difíceis.
O que meu pai não sabia é que eu teria coragem para isso. Minha surpresa foi tão grande diante de tal situação que entrei em choque. Meu eu interior deu um passo para trás e se rebelou.
Em silêncio, comecei a comprar minhas coisas. Meu objetivo era montar uma casa para mim e para meu namorado, que não era meu. Durante 4 longos anos, trabalhei para comprar tudo. Esse tempo foi grande porque, além de comprar minhas próprias coisas, tinha que destinar metade do meu salário para a casa de meus pais. Meu salário não era grande coisa. Minhas prestações, muitas, pareciam não ter fim. Paguei tudo durante 36 meses, 9 carnês e muito, muito stress.
Depois de muito esperar, muito trabalhar e muitas prestações pagas, chegou o dia da partida. Esse foi o dia mais difícil de minha vida. Não consegui trabalhar direito o dia todo, pois a ansiedade era sufocante. Até então não falava com meu pai a não ser o necessário. No final do dia de trabalho o procurei e disse: "Pai, lembra-se daquele dia em que o senhor me pegou de surpresa? Agora estou indo embora. Pode ficar sossegado que mandarei o dinheiro do aluguel todos os meses. Farei isto até o senhor arranjar outro emprego que o sustente ou se aposentar". A partir de agora, vejam vocês, eu teria de pagar dois aluguéis.
Além de prometer pagar o aluguel para ele eu também disse-lhe: "Pode ficar com o meu guarda-roupa. Eu comprei outro para mim." Lágrimas abundantes rolaram pelas faces de meu pai, mas ele não pediu-me para ficar (graças a Deus).
Naquele tempo, eu tinha alugado um barracão, mas fiquei por perto a fim de tomar conta dos velhos e do resto de minha família, apesar de não ser lá grande coisa. Eu não tinha objetivo de vida a não ser cuidar de meu velho pai e minha mãe. Após a morte de meu pai, restou-me, de mais importante apenas minha mãe. Mas, ela não teria coragem de abandonar a família para vir morar comigo. Minha mãe preferia comer o pão o que o demônio amassou com o rabo junto com eles. A ideia de abandoná-los não estava em seus planos.
Meu pai era realmente duro. Ele chorou quando eu parti, mas não teve coragem de pedir-me para ficar. Dos 40 aos 55 anos paguei aluguel. Foram, como podem ver, 15 anos. Eu trabalhava 24 horas por dia para sobreviver e ainda ajudava a família, pois meu pai não conseguia emprego devido a sua idade avançada. Minhas noites de sono eram insuficientes, pois, muitas vezes, não conseguia dormir pensando neles.
Depois da tempestade veio a bonança, a borrasca havia passado! Eu e meu namorado, que não era meu, conseguimos fazer uma casa. Nesse meio tempo, minha mãe, após 56 anos de casada, havia deixado o meu pai. Ela vivia um dia aqui e outro ali. Para seu sustento, ela recebia uma pensão de um salário do meu irmão que morrera afogado. Após muita e luta e planejamento, meus irmãos e eu construímos um barracão para ela junto de mim, todavia, uma nova desgraça veio nos abalar. Minha mãe morreu um mês antes de mudar. Ela morreu de tristeza, solidão e abandono. Faltou-nos alicerce familiar.
Quando tudo parecia não poder piorar mais, outro fato veio nos fazer ficar mais tristes: meu pai estava velho e sozinho. Não combinava mais com ninguém, virou um verdadeiro eremita (quer dizer, isolou-se do mundo). Diante dessa situação, veio o Assistente Social e, entre doze irmãos, ele voltou para mim depois de 15 anos.
Ele morava perto da minha casa, não dava trabalho, nem despesas. Estava velho, mais de 80 anos. Todavia era lúcido, normal, sadio, mas eu me preocupava. Sofri um acidente por causa dele, perdi meu emprego, fiquei em tratamento pós-queda por três longos anos. Meu namorado que não era meu, agora juntos há 30 anos, foi-se embora. Fiquei tão só que parecia que não havia mais ninguém no mundo além de mim.
Um dia Deus teve pena de mim e, simplesmente, chamou meu pai para outra dimensão aos 96 anos e 5 meses.
Fiquei terrivelmente só, com uma grande diferença!
Agora o velho sou "EU". E a história se repete...

1. Choferar: Servir de motorista ou chofer.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Folha em branco

Folha em branco

Certo dia um professor estava aplicando uma prova e os alunos, em silêncio, tentavam responder as perguntas com certa ansiedade.
Faltavam uns quinze minutos para o encerramento e um jovem levantou o braço e disse:
Professor, pode me dar uma folha em branco?
O professor levou a folha até sua carteira e perguntou-lhe porque queria mais uma folha em branco, e o aluno falou:
Eu tentei responder as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão danada e queria começar outra vez.
Apesar do pouco tempo que faltava, o professor confiou no rapaz, deu-lhe a folha em branco e ficou torcendo por ele.
A atitude do aluno causou simpatia ao professor que, tempos depois, ainda se lembrava daquele episódio simples, mas significativo.
Assim como aquele aluno, nós também recebemos de Deus, a cada dia, uma nova folha em branco. E muitos de nós só temos feito rabiscos, confusões, tentativas frustradas, e uma confusão danada...
Outros apenas amassam essa nova página e a arremessam na lixeira, preferindo a ociedade, gastando o tempo na inutilidade.
Talvez hoje fosse um bom momento para começar a escrever, nessa nova página em branco, uma história diferente, visando um resultado mais feliz.
Assim como tirar uma boa nota depende da atenção e do esforço do aluno, uma vida boa também depende da atenção e da dedicação de cada um.
Não importa qual seja sua idade, sua condição financeira, sua religião... Tome essa página em branco e passe sua vida a limpo.
Escreva, hoje, um novo capítulo, com letras bem definidas e sem rasuras.
E o principal: que todos possam ler e encontrar lições nobres.
Não se preocupe em tirar nota dez, ser o primeiro em tudo, preocupe-se apenas em fazer o melhor que puder.
Pense que mesmo não tendo pedido, Deus lhe ofereceu, uma outra folha em branco, que é o dia de hoje.
Por isso, não se permita rabiscar ou escrever bobagens nesta nova página, nem desperdiçá-la.
Aproveite essa nova chance e escreva um capítulo feliz na sua história.
Use as tintas com lucidez e coragem, com discernimento e boa vontade.
Pense nisso!
Autor desconhecido

Sugestão da nossa colega Geralda!!!

terça-feira, 20 de abril de 2010

PALAVRAS DE UMA CRIAÇÃO QUE NÃO NASCEU

PALAVRAS DE UMA CRIANÇA
QUE NÃO NASCEU PARA SUA MÃE
Ontem foi meu aniversário.
Ia completar um mês de idade. Pensei que você fosse me dar uma festinha, como todas as mães fazem para seus filhos.Com muito balão, sorrisos, tios e tias, vovô e vovó. Todo mundo muito orgulhoso com o novo membro da família.
Pensei que eu ganharia do papai um beijo, igual ao que eu gostaria de dar nele. Que poderia sentir seu afago, sua voz rouca e mansa e perceber toda sua alegria ao passar a mão no ventre , mamãe.
Porém, a festinha não foi como esperava. De fato você foi ‘a farmácia e comprou meu presente. Pena que não era este o presente que eu esperava. Ele não fazia barulhinho e nem tinha nada daquelas cores vivas das roupinhas infantis, menos ainda a fofura de um urso de pelúcia. Era de uma cor pálida, fria, sem vida e de uma forma que em nada prometia de alegria. Pena que este presente tenha me tirado a chance de viver.
E você não chorou nem um pouquinho! Por quê, mãe? Por quê logo no dia do meu aniversário? Pensei que fosse ficar feliz com minha chegada! Mas, você não deixou eu caminhar nem a metade... barrou meu caminho. Impediu que eu fosse uma possibilidade. Não permitiu que eu fosse uma expressão de sorriso, um gesto de alegria... Por quê, mãe? Que culpa tenho eu? Que fiz para merecer isto? Que transtorno pude ser capaz de produzir ? Qual foi meu pecado? Por quê, mãe? Por quê, mãe, buscou sujar suas entranhas com algo tão negro, tão sem forma em troca deste ser pequeno, inocente, e com tanta vontade de viver e ser motivo de alegria? Que fiz para ser palco de uma ação homicida? De um juízo tão sem alma ?
Quão grande é minha dor de saber que foram suas mãos que despojaram a vinha fecunda. Em quê, mãe, a glória da esterilidade pode superar o sublime de ser mãe? Todo vazio e aridez de seus olhos se espelham em cada lágrima que minh´alma derrama; e, meu pranto ganha furor por não saber o porquê, mãe.
Eu sabia que, uns meses depois, iria estragar sua elegância. Porém, havia prometido a mim mesmo que, ficaria bem apertadinho, para não prejudicá-la. Eu deixaria para crescer depois que nascesse para o mundo. Eu e você dividíamos um mesmo lugar no mundo. Eu estava feliz junto, bem juntinho de você. Mas prometera que não ficaria muito aqui para não perturbar você e, mais, na doce vã esperança de pensar que seria brindado com muita festa. Por quê, mãe?
Eu estava ansioso para descobrir a luz do lado de fora. Eu ia conhecer o brilho do sol e das estrelas e, principalmente, conhecer o papai e você, mamãe. Sabia que teria de ficar mudo durante alguns meses, até aprender a falar e poder dizer-lhe o tamanho de minha felicidade em tê-la como mãe.
Olhe, nós conversaríamos muito! Quando estivesse triste, faria de tudo para fazer voltar em seus lábios um sorriso. E quando estivesse alegre, faria de tudo para que essa sua alegria fosse eterna.
Sabe, eu planejei tanta coisa! Que queria crescer para plantar no chão de minha existência muitas rosas, para que o perfume delas inibisse essa vontade do homem de achar-se capaz de fabricar e destruir a vida. E então, eu insisto em perguntar : por quê, mãe?
Engraçado, eu pensei que os pais amassem tanto seus filhos, que seriam capazes de dar a própria vida por eles. Porém, você não me deixou viver a vida que mal começara.
Por quê, mãe? Não merecia seu amor? Não merecia dividir com você as alegrias e tristezas? Achou que eu não seria capaz de suportar toda a lida e pena? Por quê fez tão pouco caso de mim?
Por causa disso, todos os planos e sonhos que eu tinha desvaneceram-se. Faço parte do mundo daqueles que nunca falarão da luz, nunca falarão da beleza do amor, nunca sentirão o perfume da rosa e nem o calor do sol. Pior, nunca saberão o sabor de uma lágrima, nunca saberão o calor de um abraço, nunca poderão dizer sobre o cabelo branco do pai, ou mesmo, nunca saberão dizer da zanga preocupada dos pais. Você, mãe, impediu-me tudo isso. Você, mãe, fechou-me todas as portas. Você, mãe, proibiu-me o mundo, cortou minha possibilidade de ser. Por quê, mãe?
Espero que estas minhas palavras tenham chegado ao seu coração e servido para você pensar no que fez, para que não o faça de novo com meus irmãozinhos que estão por vir. E, sabe mãe? Eu estarei em cada um deles. Você me verá em cada um deles. Isto, mãe, eu não posso impedir. Quisera poder ter este poder de fazê-la esquecer seu gesto. Todo meu amor por você não é suficiente para desmanchar a história que você construiu. Lamento que seja uma página de pedra grafada a fogo. Pudera todo amor que tenho por você fosse suficiente para apagar de sua memória sua opção de hoje.
Tchau, mãezinha...
E tenha certeza de que, apesar de tudo, eu a perdôo e amo muito.
Adaptação feita pelo professor Dely Américo Araújo do texto publicado na revista Pais e Filhos – agosto 1999)

sábado, 17 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

Pobre ou Rico?

Um dia, um pai, grande empresário, de família muitíssimo rica, levou seu filho de seis anos para viajar até um lugarejo, com o firme propósito de mostrar ao menino como é que pessoas tão pobres podem viver em um mundo onde só ricos e poderosos têm vez e voz.
Passaram dois dias e duas noites no sítio de uma família muito pobrezinha... Quando retornaram da viagem, o pai perguntou ao filho:
_ E aí, filhão, como foi a viagem para você?
_ Muita boa papai - respondeu o pequeno.
_ Você viu, filho, como as pessoas pobres podem ser?
_ Sim, pai - retrucou o filho, pensativamente.
_ E o que você aprendeu, com tudo o que viu nesses dias, naquele lugar tão pobre?
O menino respondeu:
_ É pai, eu vi que nós temos só um cachorro em casa; eles têm quatro.
Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim; eles têm um riacho que não tem fim.
Nós temos uma varanda coberta e iluminada com florescentes; eles têm as estrelas e a lua no céu.
Nosso quintal vai até o protão de entrada; eles têm uma floresta inteira.
Nós temos alguns canários que, por cima de tudo, vivem presos em uma gaiola; eles têm todas as aves que a natureza pode oferecer-lhes, soltas.
_ Nossa comida é toda industrializada e a maioria das vezes congelada; a deles e pescada no riacho, colhida na horta ou pegada no terreiro; enfim papai, a alimentação deles é saudável, enquanto a nossa, não.
E além do mais papai, observei que eles oram antes de qualquer refeição; nós, aqui em casa, sentamo-nos à mesa falando de etiquetas, negócios, cotação do dólar, eventos sociais, comemos, empurramos o prato e pronto!
_ No quarto onde fui dormir com o Tonho, passei vergonha, pois não sabia sequer orar, enquanto ele se ajoelhou e orou agradecendo a Deus, tudo, inclusive a nossa visita à casa deles; nós, aqui em casa, vamos para o quarto, deitamos, vemos televisão e dormimos.
Outra coisa, papai, dormir na rede do Tonho, enquanto ele dormiu no chão, pois não havia uma rede para cada um de nós, enquanto aqui na nossa casa colocamos a Maristela, nossa empregada, para dormir naquale quarto onde guardamos entulhos, coitada, sem nenhum conforto, ao passo que temos camas macias e cheirosas sobrando. Mas fazer o que não é pai, se elas são só para aqueles hóspedes chatos e gananciosos que sempre vêm nos visitar?
À medida que o pequeno garoto falava, seu pai ficava estupefato, sem graça, envergonhado.
E o filho, na sua sábia ingenuidade e no seu brilhante desabafo, levantou-se, abraçou o pai e ainda acrescentou:
_ Obrigado, papai, por me haver mostrado o quanot "pobres e mesquinhos" nós somos!